HOJE FAZEM 104 ANOS QUE A NOSSA UMBANDA FOI CRIADA.15 DE NOVEMBRO, DIA NACIONAL DA UMBANDA.

 Foi nesta data em 1908, que Zélio Fernandino de Moraes, aos 17 anos de idade, fundou através de seus mentores espirituais, Caboclo das 7 Encruzilhadas e o Preto Velho Pai Antônio de Aruanda, em um centro espirita em Niterói no Rio de Janeiro, a brasileiríssima Umbanda.
   A palavra umbanda deriva de m'banda, que em quimbundo significa "sacerdote" ou "curandeiro".Acredita-se também que a palavra Umbanda seja uma derivação da expressão "a banda de um", em homenagem a seus fundadores: Zélio Fernandino de Moraes e seu guia espiritual, Caboclo das Sete Encruzilhadas.
  A Umbanda tem origens variadas — dependendo da vertente que a pratica —, suas raízes são difusas. Segundo umbandistas, ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas,[2] porém, antes disso, já haviam indícios da presença de guias espirituais na história brasileira — por exemplo: na época das senzalas, os negros escravos costumavam incorporar o que hoje chamamos de Pretos-Velhos, que para eles, eram antigos escravos que, ao darem-se incorporados, compartilhavam conselhos e consolo aos atuais escravos —, assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de umbanda.

Nesta época não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais africanos eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos. Entre os inúmeros episódios desse tipo, destacou-se, por exemplo, o da chamada "Quebra de Xangô, em Maceió, no estado de Alagoas, a 2 de fevereiro de 1912.[3] Em uma ação organizada pela Liga dos Republicanos Combatentes, os mais importantes terreiros de Xangô foram destruídos na capital alagoana, tendo pais de santo e religiosos sido espancados e imagens de culto destruídas. A ação teve como um de seus líderes o ex-governador Fernandes Lima, e visou atingir o então governador Euclides Malta, conhecido por sua amizade com líderes de religiões afro-brasileiras.
Em 1945José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda.
A partir daí, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se espíritas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.[5]
Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada), mais voltadas ao candomblé (Almas e angola) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.

Fundamentos


Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de umbanda. São eles:
  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Zambi. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos", também chamados de "cavalos";
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;    

Um Deus único e superior

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

Orixás

Orisha: é uma palavra yoruba para designar um ser sobre-humano, ou um deus.[6]. Sobre os orixás, são consideradas duas vertentes distintas: monoteísta e politeísta. Na monoteísta, os orixássão manifestações do Grande Deus Olorum, criador de tudo.

Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação vibração da água, por exemplo, pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi no caso da irradiação do reino vegetal. Na politeísta, cada orixá é considerado um deus que se manifesta através dos elementos da natureza.

Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete.

Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, desta maneira os diversas orixás de tribos distantes se encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé. Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.

Nesta visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu.

No nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: O Orixá Cósmico. O Orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos Orixás, Espíritos Elevadíssimos, Verdadeiros Arquitetos e Mantenedores da Criação.

Sincretismo


A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do karma, progresso espiritual etc).

A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.

A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.

Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá.

Sacrifício ritual de animais

A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamentos vibratórios dos Orixás e nem realiza ritos de iniciação para fortalecer o tônus mediúnico com sangue. Não tem nessa prática legítima de outros cultos, um dos seus recursos de oferta às divindades. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda - assim como em outras religiões. Suas oferendas se diferenciam das demais por serem isentas de sacrifícios de animais pelo fato de preconizarem o amor universal e, acima de tudo, o exercício da caridade como reverência e troca energética junto aos Orixás e aos seus enviados, os guias espirituais. É incompatível ceifar uma vida e fazer a caridade, que é a essência do praticar amoroso que norteia a Umbanda do Espaço. Toda oferenda deve ser um mecanismo estimulador do respeito e união religiosa com o Divino, daí com os espíritos da natureza e dos animais - almas grupo-, que um dia encarnarão no ciclo hominal, assim como já fostes animal encarnado em outras épocas.
  Aos nossos verdadeiros amigos Umbandistas, o nosso abraço e cumprimento por esta data tão importante para nós, 
  Em uma outra oportunidade falaremos mais desta nossa religião, se você que leu este artigo ainda tem duvidas, mande um email para radiominadeouro@hotmail.com, que responderemos com muito prazer.
  Esperamos que a nossa religião seja mais respeitada pelas pessoas, que muitas vezes sem conhecimento algum, nos criticam e falam mau de nossos trabalhos. 
  A você que pratica o mau dizendo ser da Umbanda, pedimos que mude seu pensamento e passe realmente a praticar o amor e a caridade que regem os nossos trabalhos e assim possam usar verdadeiramente o sagrado nome de Umbanda.
Saravá Umbanda, de Deus e de todos nós !!!!

  Hermezes Côrtes.

Colaboração de texto: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Foto: Internet.

Editor Responsável: Hermezes Côrtes.
Direção Geral de Públicação: Tenda de Umbanda Cabocla Jussara e Mãe Benedita.

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