Aruanda
Temos aqui um pequeno trecho, retirado do livro Aruanda, do espirito Ângelo Inácio e do médium Robson Pinheiro, onde capitamos a mensagem do aprender e também do que são os pretos velhos e o cuidado que temos de ter com o trabalho na Umbanda:
"Quanto aos amigos umbandistas, o momento pede estudo e esclarecimento em profundidade. Muitos pais de-santo, médiuns e dirigentes de terreiro têm intentado manter o povo na ignorância, utilizando mal certos conhecimentos iniciáticos e alimentando histórias mentirosas sobre guias e orixás. Que se busque esclarecer a respeito dos sagrados orixás cósmicos, evitando o medo, a ignorância e os abusos decorrentes da falta de conhecimento de médiuns e pais-de-santo. Quanto aos médiuns umbandistas, possam se dedicar mais ao estudo histórico das raízes sagradas da aumbandhã. Urge resgatar nas tendas umbandistas os ensinamentos sagrados do Caboclo das Sete Encruzilhadas, dados no início do movimento, restaurando assim o sentido verdadeiro da caridade despretensiosa, que não compactua com a cobrança nos trabalhos umbandistas. Também é preciso estimular o conhecimento, através do estudo de livros dos mestres da umbanda, sérios e de elevado padrão, como aqueles que contêm os ensinamentos trazidos pelo venerável Matta e Silva e seus iniciados.
Como é único
e valoroso o trabalho dos pretos-velhos e sua falange de colaboradores. Eles
penetram nos antros virulentos do umbral ou, como no caso que presenciei,
invadem as bases das sombras, transubstanciam seus corpos espirituais e
manipulam a matéria e os fluidos astrais com maestria e extrema competência.
Aliada a essa habilidade, guardam a sabedoria milenar que arquivaram em sua
memória espiritual e, disfarçados na aparência perispiritual de pais-velhos,
gozam de simplicidade e discrição. São, muitas vezes, antigos iniciados,
sacerdotes ou hierofantes cujo passado está vinculado às remotas civilizações
dos atlantes, egípcios, persas e outros mais. Contudo, preferem o trabalho
anônimo a se revelarem em sua verdadeira feição espiritual; sem ostentar seus
conhecimentos, camuflam-se na roupagem fluídica de um ancião negro. Compreendi
naquele instante o significado de uma expressão que ouvira certa vez, quando
encarnado, na cidade do Rio de Janeiro: mandinga de preto-velho. A expressão se
referia ao grande segredo de pai-velho: sua evolução espiritual, que sabia
dissimular muito bem com as palavras simples, o português coloquial e a
roupagem perispiritual de mães e pais-velhos - todas elas características
distantes do ideal de evolução presente no imaginário popular.
Como tais,
realizam um trabalho em prol da civilização que é pouco conhecido pelos
companheiros espíritas e mesmo por muitos umbandistas. Evidentemente, apenas
porque determinado espírito se apresenta com essa roupagem fluídica não quer
dizer que demonstre elevação real. Há embusteiros em toda parte, e
generalizações, a favor ou contra, são perigosas. Isto é, vale o princípio
geral: não rejeitar nem seguir cegamente nenhum espírito, seja preto-velho ou
não. O ideal é analisar suas comunicações com bom-senso e sem concepções
preconcebidas, como recomendou Allan Kardec."
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